A tradicional camisa do Araxá Esporte Clube, também conhecido como Ganso, não estará presente no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão 2025. A confirmação foi feita por Jerry Corrêa, gestor da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) que administra o clube, após a Federação Mineira de Futebol (FMF) vetar a participação do time na competição.
A ausência ocorre mesmo com a SAF se comprometendo a assumir dívidas deixadas pela antiga administração. Jerry revelou, em entrevista ao site Na Batida do Esporte, que se reuniu com dirigentes da FMF para tentar reverter a situação, sem sucesso.
— Eles foram claros: se abrirem exceção para o Araxá, como ficam os outros clubes? — explicou.
Dívidas e pendências inviabilizaram retorno em 2025
Além de R$ 160 mil em dívidas com a FMF, o Araxá também deve R$ 200 mil à vista à CBF. O histórico recente também pesou: o clube chegou a ser inscrito na competição passada sem estrutura adequada, agravando a situação junto à entidade.
Apesar da frustração, a diretoria da SAF mira o retorno para 2026. Jerry afirma que a liberação já foi obtida junto à FMF, e que o trabalho neste ano será de reestruturação.
— Vamos usar 2025 para colocar a casa em ordem, estruturar a base, e voltar fortes no ano que vem. O torcedor pode confiar — garantiu.
Foco em categorias de base e futebol feminino
Fora do calendário profissional, o projeto de reestruturação do Ganso se concentrará nas divisões de base e no futebol feminino. O plano envolve a formação de atletas a partir dos cinco anos de idade, com times até o sub-17 (e possivelmente sub-20), além da montagem de um elenco feminino.
— Todos os grandes clubes têm uma base sólida. Vamos escolher a dedo os atletas — comentou Jerry, reforçando o compromisso com talentos da região.
Entendimento da FMF: punições acompanham a SAF
Em nota oficial, a FMF justificou a decisão com base na Lei da SAF, destacando que a estrutura societária herda obrigações e penalidades da antiga associação:
“A Lei da SAF sucede a Associação para todos os efeitos, por isso o clube leva consigo a punição. É a Lei, não é nem interpretação da FMF”.
O episódio reforça o desafio das SAFs em clubes tradicionais com passivos históricos. Para o torcedor, a ausência do Ganso nos gramados será sentida, mas a expectativa é de um retorno organizado e sustentável no próximo ano.