O lateral-direito Mayke, do Palmeiras, obteve vitória parcial na Justiça contra Willian Bigode, atualmente jogador do Santos, e outras partes envolvidas em um esquema de investimentos em criptomoedas. A decisão judicial, emitida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, garantiu ao atleta o ressarcimento de R$ 4.583.789,31 – valor aportado em 2022 na empresa Xland Holding Ltda, indicada por Willian e sua empresa WLJC Gestão Financeira.
Apesar do ganho parcial, a decisão excluiu o pedido de indenização pelos rendimentos prometidos, que somariam mais R$ 3.250.443,30, totalizando uma ação de quase R$ 8 milhões. A defesa de Willian Bigode informou que recorrerá da decisão.
O caso
O processo foi motivado por uma série de investimentos feitos por Mayke e Gustavo Scarpa, ambos ex-companheiros de Willian no Palmeiras, em uma empresa de criptomoedas que prometia rendimentos mensais entre 3,5% e 5% – cifras muito acima das médias do mercado. Após não conseguirem resgatar os valores, os atletas acionaram a Justiça.
Em 2022, Scarpa e Mayke registraram boletins de ocorrência após o título do Brasileirão conquistado pelo Palmeiras, alegando que foram vítimas de golpe. Eles apontaram a WLJC e a Xland como responsáveis pelo prejuízo e incluíram Willian e suas sócias, Loisy Coelho e Camila Moreira de Biasi Fava, como réus no processo.
De acordo com o juiz Christopher Alexander Roisin, que julgou o caso de Mayke, há “indícios claros de pirâmide financeira” na operação. O magistrado também determinou que os réus paguem os honorários dos advogados de Mayke, equivalente a 10% do valor da condenação.
Defesa de Willian Bigode
A defesa de Willian contesta a decisão e afirma que o jogador também foi vítima do esquema.
– Seguimos convictos acerca da ausência de responsabilidade de Willian, sobretudo porque ele também é vítima e não recebeu nenhum valor. Vamos recorrer da sentença na certeza de que os equívocos serão corrigidos – afirmou Bruno Santana, advogado do jogador.
A defesa também criticou a postura do juiz, que mencionou “folhas desnecessárias” no processo.
Promessas e garantias irrealistas
Os contratos firmados pelos atletas com a Xland ofereciam como garantia 20kg de alexandrita, uma pedra preciosa avaliada em R$ 2,5 bilhões, segundo a empresa. Contudo, especialistas apontaram que o valor é irreal, considerando que os réus gastaram apenas R$ 6 mil na aquisição do mineral.
Além disso, os réus foram condenados a pagar multa por litigância de má-fé, o que pode impactar os patrimônios pessoais de Willian e suas sócias.
Próximos passos
Enquanto a defesa de Willian promete recorrer, o caso segue repercutindo no mundo do futebol. O julgamento trouxe luz aos riscos de investimentos sem garantias concretas, mesmo quando indicados por pessoas próximas.