John Textor, em nova manobra envolvendo o futuro da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, transferiu os ativos do clube carioca para uma empresa recém-criada nas Ilhas Cayman, acendendo mais um alerta no já turbulento cenário alvinegro.
A operação inclui receitas de transmissão, patrocínios e bilheteria como garantias de um empréstimo de até 100 milhões de euros, e foi aprovada no Conselho Administrativo da SAF, em reunião realizada no dia 17 de julho, com a presença de nomes como Durcesio Mello, Kevin Weston e Jordan Eliott Fiksenbaum.
O caso, no entanto, escalou para a esfera judicial após a Eagle Holding Football, grupo que detém participação na SAF e enfrenta crise financeira, entrar com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro pedindo que Textor seja impedido de tomar decisões sem aval da empresa.
A Eagle, que não é mais comandada diretamente por Textor, mas da qual ele ainda é acionista majoritário, acusa o empresário de atuar em conflito de interesses e de tentar diluir sua participação na SAF.
A ação judicial solicita, entre outros pontos, a suspensão de deliberações recentes da Assembleia e do Conselho da SAF, além da proibição de novos contratos e da emissão de ações do clube. A crise evidencia uma disputa pelo controle do futebol do Botafogo em um momento delicado da gestão SAF no Brasil, com consequências que podem afetar diretamente o desempenho esportivo e a estabilidade administrativa do clube.