Por: Redação Lei em Campo

Desde a promulgação da Lei nº 14.193/2021, que instituiu o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no futebol brasileiro, o número de clubes que aderiram à nova estrutura cresceu de forma acelerada.
Atualmente, o Brasil conta com 117 SAFs formalizadas — marca atingida no quarto aniversário da legislação. A adoção, contudo, não segue um padrão uniforme: enquanto alguns clubes mantêm vínculos diretos com a antiga associação, outros estabeleceram restrições estatutárias à venda de ações e ao controle externo.
Nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o formato já é realidade em diversos clubes. Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fortaleza e Vasco integram o grupo de SAFs na elite do futebol brasileiro, enquanto América-MG, Coritiba e Cuiabá representam o modelo na segunda divisão nacional.
As primeiras experiências surgiram em meio a crises financeiras, quando muitos clubes recorreram a investidores como saída emergencial. Com o passar do tempo, essas operações amadureceram. Hoje, especialistas identificam o início de uma “terceira onda” — marcada pela adesão de clubes médios e pequenos que enxergam na SAF uma oportunidade de profissionalizar a gestão e ampliar receitas de forma sustentável.
Além da busca por uma gestão mais profissional, o regime tributário diferenciado também tem impulsionado a adesão ao modelo. A partir de 2027, clubes que permanecerem como associações serão tributados pelo IBS e pela CBS, com carga conjunta estimada em cerca de 10,8% sobre a receita bruta.
Outro atrativo é o aumento da transparência. A obrigatoriedade de auditorias, publicação de balanços e observância de normas de governança corporativa torna o ambiente mais seguro e confiável para investidores, ainda que imponha responsabilidades maiores às administrações.
A expansão das SAFs em clubes de diferentes portes simboliza uma nova etapa na modernização do futebol brasileiro. O êxito dessa transformação, contudo, dependerá da consolidação de práticas sólidas de gestão, aliadas à transparência e à sustentabilidade financeira.






