O Flamengo vive um momento de instabilidade fora de campo. No centro da turbulência está José Boto, diretor de futebol contratado no fim de 2024 com a missão de reorganizar o futebol rubro-negro. Apesar do bom desempenho da equipe dentro das quatro linhas, o dirigente português enfrenta crescente insatisfação interna e pressão nos bastidores — cenário que pode resultar em rompimento contratual.
Segundo apuração do ge, há uma multa de cerca de R$ 2 milhões em caso de rescisão unilateral, seja por parte do clube ou de Boto. O contrato segue modelo semelhante ao dos jogadores, com vínculo trabalhista e um acordo separado de direito de imagem.
Caso Boto decida pedir demissão sem aviso prévio de 30 dias, o Flamengo ainda teria direito a um acréscimo de 30% sobre o valor de rescisão previsto na cláusula de imagem.
Boto e Flamengo: relação desgastada
A crise ganhou novos capítulos nos últimos dias após a repercussão negativa da possível contratação do atacante Mikey Johnston, vetada diretamente pelo presidente Rodolfo Landim (Bap). O veto foi visto como a primeira grande intervenção presidencial no trabalho de Boto, e escancarou o momento delicado vivido pelo diretor de futebol.
Outro ponto de desgaste envolve a tentativa de negociação do meia Victor Hugo com o Famalicão, de Portugal. O jogador sairia sem compensação financeira, o que gerou protestos de conselheiros e dirigentes. A transferência, por ora, está travada.
Além das críticas da diretoria, o português também enfrenta resistência dentro do elenco e entre funcionários do departamento de futebol. Métodos considerados ríspidos e decisões impopulares com atletas vêm minando a confiança no profissional.
O que pensa Boto?
Apesar do cenário turbulento, pessoas próximas a José Boto afirmam que ele não pretende deixar o cargo neste momento, a poucos dias da abertura da janela de transferências. Mesmo assim, a sua insatisfação com a falta de autonomia em decisões estratégicas e o crescente isolamento dentro do clube são notórios.
Do aeroporto ao atrito
Em dezembro de 2024, José Boto desembarcou no Rio com status de grande contratação para o comando do futebol. A FlaTV transmitiu sua chegada ao vivo, e o dirigente prometeu profissionalismo, mudanças estruturais e uma nova filosofia de gestão. Menos de sete meses depois, a relação se fragiliza.
Embora Boto ainda conte com o apoio de Bap, o dirigente já não tem o prestígio de outrora. O que antes era esperança de transformação, agora é um ponto de tensão — e o Flamengo vive o desafio de equilibrar bons resultados em campo com uma gestão turbulenta fora dele.