A criação de uma nova divisão no futebol brasileiro pode estar mais próxima do que parece. Sob a liderança de Samir Xaud, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) iniciou um processo de diálogo com clubes interessados na proposta. Dentre eles, destacam-se equipes da Série D, como o ASA, que, por meio do presidente Rogério Siqueira, vêm defendendo a criação da tão aguardada Série E.
A promessa de uma gestão mais aberta e reformista de Xaud traz um ambiente institucional favorável para discutir a mudança. No entanto, essa proposta ainda precisa superar obstáculos importantes, especialmente relacionados ao polêmico calendário do futebol nacional, que continua sendo um dos maiores desafios enfrentados pelos clubes.
O debate sobre a criação da Série E não é novo. Desde o ano passado, a proposta vinha sendo discutida dentro da CBF, mas sem muito avanço. A chegada de Xaud, no entanto, trouxe um novo cenário. O presidente da CBF já se mostrou disposto a ouvir os clubes que visam uma mudança estrutural nas divisões do futebol brasileiro. Rogério Siqueira, por exemplo, ressaltou que uma gestão que reconhece a importância das divisões de acesso pode fortalecer a base do futebol nacional de maneira significativa.
Essa proposta de reformulação se alinha com uma mudança de mentalidade na CBF. Antes, a gestão de Ednaldo Rodrigues havia rejeitado ideias semelhantes, como a criação da Série C, em 2024. Porém, com o novo comando, há um movimento mais receptivo às mudanças. A reformulação proposta envolve uma reestruturação da Série D, reduzindo o número de clubes de 64 para 20 e criando uma nova divisão abaixo dela, a Série E, com o maior número de equipes.
A ideia é permitir que mais clubes tenham um calendário anual, sem se limitar apenas aos campeonatos estaduais. A implementação desse novo modelo está prevista para começar ainda em 2025 e ser consolidada até 2027.
Entretanto, o maior desafio para a criação da Série E reside, sem dúvida, no calendário do futebol brasileiro. Com datas extremamente limitadas, a inserção de uma nova competição pode sobrecarregar ainda mais o já apertado cronograma. A redução dos campeonatos estaduais poderia ser uma solução, mas essa mudança ainda depende de um consenso amplo dentro da CBF. Além disso, o aspecto financeiro também pesa na decisão. A criação de uma nova divisão exige investimentos substanciais, e a CBF, apesar da disposição para inovar, precisa agir com cautela, principalmente em tempos de incerteza econômica.
A ideia da Série E, embora promissora para fortalecer o futebol de base e proporcionar mais oportunidades para clubes menores, ainda enfrenta desafios estruturais e financeiros. A continuidade das conversas e os próximos passos da CBF serão cruciais para determinar o futuro dessa proposta.